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CRISTOLOGIA NO PENSAMENTO TEOLOGICO DOS PRIMEIROS CRISTÃOS.
Leitura bíblica: Jo. 1:1-5, 1:29-31 – Rm.3:25 e Cl.
1:15-19 e 2:9.
3ª Parte.
EUTIQUIANISMO, diz que Jesus possuia uma
natureza mista (Divino/Humano). Conquanto com toda a probabilidade esses
oponentes o tenham entendido mal, Eutico e os seus seguidores certamente
recorrem a ele quando assumiram a posição de que a natureza humana de Cristo
foi absorvida pela divina, ou que as duas se fundiram resultando numa só
natureza, posição que envolvia a negação das duas naturezas de Cristo. O
Concílio de Calcedônia, em 451, condenou esses dois conceitos e manteve a
crença na unidade da pessoa, como também na dualidade das naturezas.
ADOCIONISMO, entendem que Jesus foi um mero
homem nos seus primeiros anos de vida, e que foi adotado pelo batismo como
Filho de Deus, deixando de ser homem para se tornar Deus. Na igreja ocidental,
Felix, bispo de Urgel, foi quem defendeu o adocionismo. Ele considerava Cristo,
quanto à sua natureza divina, isto é, o Logos, como o unigênito Filho de Deus
no sentido natural, mas também considerava Cristo, em seu lado humano, como um
Filho de Deus meramente por adoção. Felix procurou preservar a unidade da
pessoa salientando o fato de que, desde o momento da sua concepção, o Filho do
homem foi absorvido na unidade da pessoa do Filho de Deus. Fez-se, assim,
distinção entre a filiação natural e a adotiva, e esta não começou com o
nascimento natural de Cristo, mas teve início por ocasião do seu batismo e se
consumou em sua ressurreição. Em outras palavras, foi um nascimento espiritual
que fez de Cristo o Filho adotivo de Deus. Mais uma vez a igreja viu a crença
na unidade da pessoa de Cristo ameaçada por esse conceito e, portanto, ele foi
condenado pelo Sínodo de Franckfurt, em 794.
DOCETISMO, entendem que o espirito é
plenamente bom e que a carne é plenamente má. Pedro Lombardo não hesitava em
dizer que, com relação à sua humanidade, Cristo não era absolutamente nada. Mas
este niilismo foi logo condenado pela igreja. Alguns novos pontos foram
salientados por Tomaz de Aquino. Segundo ele, a pessoa do Logos tornou-se
composta na encarnação, e sua união com a natureza humana “impediu” esta última
de chegar a ter uma personalidade independente. A natureza humana de Cristo
recebeu dupla graça em virtude de sua união com o Logos, ou seja, dois fatores
importantissimos: (a) a gratia unionis (graça da união), que lhe
comunicou uma dignidade especial, de modo que até se tornou objeto de culto, e
(b) a gratia habitualis (graça habitual), que a mantinha em sua relação
com Deus.
Este trabalho faz parte de estudos dados
no CETS, da turma de Teologia Sistemática III, em Março de 2012, cujo tema é:
Cristologia.
Fonte: Berkhof, Louis
Teologia Sistemática/ Louis Berkhof;
trad. por Odayr Olivetti.
Campinas: Luz Para o Caminho, 1990.