terça-feira, 26 de julho de 2011

A COGNOSCIBILIDADE DE DEUS

INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo mostrar a cognoscibilidade de Deus, ou seja, o que podemos conhecer de Deus. Irá mostrar o que alguns filósofos dizem ou pensam a respeito de como Deus se revela para nós e quais são as suas teorias a respeito de como Deus pode ser verdadeiramente conhecido.
Abaixo segue algumas questões relativas ao assunto.

1 – EM QUE SENTIDO PODEMOS FALAR DO DEUS OCULTO OU DESCONHECIDO, A DESPEITO DO FATO DE QUE ELE SE REVELOU?
Resposta: A igreja cristã confessa, por um lado que Deus é o Incompreensível, mas também, por outro lado que Ele pode ser conhecido e que conhecê-lo é um requisito absoluto para a salvação. Os primitivos pais da igreja, assim chamados, falavam do Deus invisível como um Ser não gerado, indenominável, eterno, incompreensível, imutável. Eles tinham ido bem pouco além da antiga idéia grega de que o Ser Divino é existência absoluta e sem atributos. Ao mesmo tempo, eles confessavam que Deus revelou-se no Logos e, portanto, pode ser conhecido para a salvação.
2 – COMO OS ESCOLÁSTICOS E OS REFORMADORES DIFEREM SOBRE ESTE PONTO?
Resposta: Os escolásticos distinguiam entre o Quid e o Qualis de Deus, e sustentavam que não sabemos o que Deus é em Seu Ser essencial, mas podemos saber algo da Sua natureza, daquilo que Ele é para nós, como Ele se revela em Seus atributos divinos.
Os Reformadores não negam que o homem possa aprender alguma coisa da natureza de Deus por meio da Sua obra criadora, mas sustentam que ele só pode adquirir verdadeiro conhecimento de Deus por meio da revelação especial, sob a influência iluminadora do espírito Santo.
3 – QUAL A POSIÇÃO DA TEOLOGIA MODERNA?
Resposta: A teologia reformada, ou moderna, sustenta que Deus pode ser conhecido, mas que ao homem é impossível ter um exaustivo e perfeito conhecimento de Deus, ter esse conhecimento de Deus seria equivalente a compreendê-lo, e isto está completamente fora de questão, ademais, o homem não pode dar uma definição de Deus no sentido exato da palavra, mas apenas uma descrição parcial. Uma definição lógica é impossível porque Deus não pode ser consubstanciado de forma sumária debaixo de algum gênero mais alto.
4 – POR QUE A REVELAÇÃO É ESSENCIAL À RELIGIÃO?
Resposta: Porque, o verdadeiro conhecimento de Deus só pode ser adquirido graças à auto-revelação divina, e somente pelo homem que aceita isso com fé semelhante à de uma criança. A religião necessariamente pressupõe tal conhecimento. Este conhecimento é a mais sagrada relação entre o homem e seu Deus, relação na qual o homem tem consciência da absoluta grandeza e majestade de Deus como o Ser Supremo, e de sua completa insignificância e sujeição ao Altíssimo e Santo Ser.
5 COMO O AGNOSTICISMO DIFERE TEORICAMENTE DO ATEÍSMO?
Resposta: Os agnósticos não gostam de ser rotulados de ateus, pois eles não negam absolutamente a existência de um Deus, mas declaram que não sabem se ele existe ou não e, mesmo que exista, não estão certos de terem algum genuíno conhecimento dele, e, em muitos casos, negam de fato que possam ter algum real conhecimento dele.
6 – QUAL É A DOUTRINA DE SIR WILLIAM HAMILTON SOBRE A RELATIVIDADE DO CONHECIMENTO?
Resposta: Ele afirma que a mente humana só sabe aquilo que está condicionado e existe em várias relações, que existe independentemente de quaisquer relações, não podemos obter nenhum conhecimento dele. Mas, conquanto negue que o Infinito pode ser conhecido por nós, não nega a Sua existência. Diz ele: “Pela fé aprendemos aquilo que está além do nosso conhecimento”.
7 – “REVELAÇÃO” É UM CONCEITO ATIVO OU PASSIVO?
Resposta: Ativo. Barth afirma que não existe nenhum caminho do homem para Deus, mas somente de Deus para o homem, e diz repetidamente que Deus é sempre o sujeito, e nunca um objeto de conhecimento.
8 – É POSSÍVEL HAVER TEOLOGIA SEM REVELAÇÃO? SE NÃO POR QUÊ?
Resposta: Não. Pelo fato de que a teologia, como conhecimento de Deus, difere num importante ponto de todos os demais tipos de conhecimento. No estudo de todas as outras ciências, o homem se coloca acima do objeto de sua investigação e ativamente extrai dele o seu conhecimento pelo método que lhe pareça mais apropriado, mas, na teologia, ele não pode colocar-se acima, e, sim, sob o objeto do seu conhecimento. Noutras palavras, o homem só pode conhecer a Deus na medida em que Este ativamente se faz conhecido. Deus é, antes de tudo, o sujeito que transmite conhecimento ao homem, e só pode tornar-se objeto de estudo do homem na medida em que este assimila e reflete o conhecimento a ele transmitido pela revelação. Sem a revelação, o homem nunca seria capaz de adquirir qualquer conhecimento de Deus. E, mesmo depois de Deus ter-se revelado objetivamente, não é a razão humana que descobre Deus, mas é Deus que se descerra aos olhos da fé.
9 – COMO SE DIFEREM A REVELAÇÃO NATURAL E A SOBRE NATURAL?
Resposta: O método de revelação é natural quando esta é comunicada por meio da natureza, isto é, por meio da criação visível com suas leis e poderes ordinários.
É sobrenatural quando é comunicada ao homem de maneira mais elevada, sobrenatural, como quando Deus fala, quer diretamente, quer por meio de mensageiros sobrenaturalmente dotados.
10 – DIFERENCIE A REVELAÇÃO GERAL DA ESPECIAL.
Resposta: A revelação geral está arraigada na criação, é dirigida ao homem na qualidade de homem, e mais particularmente à razão humana, e acha seu propósito na concretização do fim da sua criação, conhecer a Deus e assim desfrutar comunhão com Ele.
 A revelação especial está arraigada no plano de redenção de Deus, é dirigida ao homem na qualidade de pecador, pode ser adequadamente compreendida e assimilada somente pela fé, e serve ao propósito de assegurar o fim para o qual o homem foi criado a despeito de toda a perturbação produzida pelo pecado. Em vista do plano eterno de revelação, deve-se dizer que esta revelação especial não apareceu como um pensamento posterior, mas estava na mente de Deus desde o princípio.
 
CONCLUSÃO

 A palavra de Deus em Isaías 40-18 nos diz “Com quem comparareis a Deus? Ou que cousa semelhante confrontareis com ele?” Mas, ao mesmo tempo, ela também está atenta a afirmação de Jesus: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” João 17.3. Ela regozija no fato de que “o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro, e estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo” 1 João 5.20.
Diante disso, podemos concluir que se conhecermos a Jesus Cristo também conheceremos a Deus Pai, pois, quem vê o Filho também verá o Pai e saberemos que não há nada em Deus que não seja perfeitamente cognoscível e compreensível para o homem, e que Deus é eterno, imutável, mais que podemos nos aproximar Dele através de Jesus por meio da Salvação.

Que a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo possa nos fortalecer em todos os nossos caminhos e propósitos. em nome de Jesus amém!
Abraços do
Ir. Luiz.

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