DEFINIÇÃO DO TERMO -
Abuso espiritual é o uso da posição de liderança ou do poder para seduzir,
influenciar e manipular as pessoas a fim de alcançar interesses próprios.
Os praticantes do abuso espiritual são
muito hábeis para passar a impressão de que o que querem é do interesse de Deus
e da sua obra quando, na realidade o que buscam é seu próprio interesse. O
evangelho "barato", pregado atualmente por algumas igrejas gerou um
grande número de pastores, bispos, apóstolos e lideres que não medem
consequências para alcançar seus objetivos. Esse mesmo estranho evangelho
também permitiu a abertura de igrejas por pessoas totalmente despreparadas que
se auto-intitularam pastores.
Geralmente eles são oriundos de alguma
igreja onde não tiveram oportunidade no ministério. Existem também os que estão
interessadas apenas em conseguir recursos financeiros, e exercer poder. E por
último existem os que são servos de Deus sinceros, mas por não possuírem
qualificação ou chamado para o cargo, são inseguros e essa insegurança é
disfarçada por um autoritarismo exarcebado. O certo é que a maioria deles são
danosos aos membros de sua congregação, gerando um grande número de pessoas
feridas e decepcionadas com o evangelho.
CONVITE AO ABUSO - As igrejas são
constituídas num sistema hierárquico que consiste num verdadeiro convite ao
abuso religioso. Esse tipo de regime autocrático centrado na figura carismática
do pastor predomina nas igrejas mais novas, em especial nas pentecostais e
neopentecostais surgidas nos últimos trinta anos. Claro que não podemos
generalizar, pois nesse meio tempo também surgiram igrejas sérias, fundadas por
homens de Deus, com único objetivo de pregar o verdadeiro evangelho e ganhar
almas para o Reino de Deus.
O pastor Paulo Romeiro escreveu no livro
"Decepcionados com a Graça": “Em termos de governo, o
neopentecostalismo verticalizou a igreja. O líder forte no topo da pirâmide,
que não presta contas a ninguém, que toma decisões sozinho em questões
financeiras e doutrinárias, acaba tirando das pessoas a oportunidade de
funcionarem como um corpo, como deve ser a igreja. Em tais circunstâncias, os
abusos se multiplicam. Alguns líderes religiosos têm dificuldade de administrar
o poder”.
Por ter uma organização mais democrática,
com estabelecimento de conselhos e assembleias, as igrejas protestantes
históricas são um pouco menos tentadas nessas áreas, embora não estejam imunes.
CARACTERÍSTICAS DO ABUSO ESPIRITUAL - Na
maioria das vezes o abuso espiritual se origina por posições doutrinárias
anti-bíblicas. Mas ele ocorre também porque os interesses pessoais de um líder,
ainda que legítimos, são satisfeitos de maneira ilegítima.
Sistemas religiosos espiritualmente
abusivos são comumente descritos como legalistas, controladores mentais,
religiosamente viciadores, e autoritários. Apresenta as seguintes
características:
LIDERANÇA AUTORITÁRIA - A característica
mais evidente de um sistema religioso abusivo, ou de um líder abusivo, é a
ênfase excessiva em sua autoridade. Normalmente o grupo se diz ter sido
estabelecido diretamente por Deus, e, portanto, seus líderes se consideram como
tendo o direito de comandar seus seguidores.
Em Mateus 23:1–2 Jesus disse que "na
cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus", uma posição
de autoridade espiritual. Ainda que outros termos sejam usados, essa posição,
nos grupos abusivos, é de poder, e não de autoridade moral.
Àqueles que se submetem incondicionalmente,
são prometidas bênçãos espirituais. A eles é dito que devem se submeter
completamente, sem o direito de questionar os líderes; se os líderes estiverem
errados, isso é problema deles com Deus, e Deus ainda assim abençoará àqueles
que se submetem incondicionalmente.
PROIBIÇÃO DE CRÍTICAS - O sistema
religioso, por não ser baseado na verdade, não pode permitir questionamentos,
dissensões, ou discussões aberta sobre questões. A pessoa que questiona se
torna o próprio problema, ao invés da questão que ela levantou.
As resoluções sobre qualquer questão vêm
diretamente do topo da hierarquia, que são passadas sem abertura para qualquer
indagação. Qualquer tipo de questionamento é considerado como desafio à
autoridade, ou rebelião.
O pensamento autônomo é desencorajado, sob
a alegação de que ele leva à dúvida, que por sua vez é vista como sendo falta
de fé em Deus e em seus líderes ungidos. Desse modo, os seguidores procuram
controlar seus próprios pensamentos, por medo de que possam estar questionando
Deus.
APARENCIA EXTERNA - Tais lideranças
procuram sempre manter uma aparência de santidade. A história do grupo ou
organização geralmente é distorcida para dar a impressão de que têm um
relacionamento especial com Deus.
O caráter duvidoso de tais lideranças é
negado ou encoberto para que sua autoridade não seja questionada, e para manter
as aparências. Padrões legalistas de pensamento e comportamento, impossíveis de
serem mantidos, são impostos aos membros.
O fracasso em manter tais padrões é usado
como constante lembrete de que eles são inferiores aos líderes, e, portanto
devem se submeter a eles. Apenas uma imagem positiva do grupo é apresentada
àqueles que não fazem parte dele, porque a verdade sobre o sistema religioso
abusivo seria obviamente rejeitada se fosse conhecida.
Os líderes, normalmente, mantêm segredos
que não divulgam a suas congregações. Esse sigilo está baseado na desconfiança
geral dos outros, porque o sistema é falso e não pode resistir a escrutínios.
DESEQUILÍBRIO - Os grupos abusivos têm de se
distinguir de todos os outros grupos religiosos para que possam alegar serem
únicos e especiais para Deus.
Isso normalmente é feito através de uma
ênfase exagerada em posições doutrinárias menos centrais, através de legalismo
extremo, ou uso de métodos peculiares de interpretação bíblica.
Dessa forma, suas conclusões e crenças são
exibidas como prova de que são únicos e especiais para Deus. Em Mateus 23,
Jesus nos dá uma importante descrição dos líderes espirituais abusivos.
Em Gálatas, Paulo argumenta contra aqueles
que queriam impor um cristianismo legalista, subvertendo a mensagem do
evangelho. Jesus Cristo era Deus encarnado, a segunda Pessoa da Trindade, o
Criador do universo, mas não usou essa autoridade para subjugar seus
discípulos, para colocá-los sob o jugo de regras e regulamentos legalistas.
Nem tampouco Jesus procurava manter as
aparências externas. Aos fariseus legalistas, Jesus aplicou as palavras de
Isaías: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de
mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens"
(Mt. 15:9).
Jesus não era paranoico como os líderes
abusivos, seu ministério era transparente ao publico (Jo.18:19–21), não tinha nada
a esconder. Jesus não só criticou os líderes religiosos por suas doutrinas
errôneas (Mt. 15:1–9; 23:1–39; etc.), mas também, quando criticado, ele não os
silenciou, mas deu-lhes respostas bíblicas e racionais às suas objeções (Lc.
5:29–35; 7:36–47).
TUDO
PELA VISÃO - Líderes que cometem abusos contra os membros de sua igreja,
geralmente estão obcecados por uma visão. Estão convencidos que receberam uma
visão divina, e em nome dessa visão passam por cima de tudo e de todos.
Quando o líder entende que recebeu uma
visão de Deus para sua igreja, tudo passa a ter valor inferior. Tudo e todos na
igreja devem ser direcionados para a visão do líder. Nada pode ser feito se
estiver fora da visão. Quem não quer participar da visão começa a ser discriminado
e colocado como rebelde. A mais importante missão da igreja, que é pregar o
evangelho começa a ser colocado em segundo lugar. As pessoas que estão na
igreja para receberem cuidados pastorais, vão sendo esquecidas.
Muitas vezes o líder está tão embevecido
pela pressa de incutir na cabeça das pessoas a sua visão que nem nota que está
ferindo pessoas. Começa a separar o “joio do trigo”. Quem aceita a visão é
“trigo”, quem não aceita é “joio”, e passa a ser tratado diante de toda
congregação como rebelde, desobediente e infiel. As humilhações em publico
passam a acontecer naturalmente. Isso é feito para que outros não trilhem o
mesmo caminho do “rebelde”. E assim muita gente se cala com medo das
consequências ou por não ter coragem de desafiar o líder.
MEDO
NOS MEMBROS - Outro modo muito utilizado de abuso contra os membros de uma
igreja é colocar o medo no coração das pessoas. O pastor começa a pregar coisas
do tipo: “Se você não der o dizimo, Deus mandará o devorador, o gafanhoto para
destruir o que é seu”; “A rebeldia é como pecado de feitiçaria” e outras coisas
do gênero. O uso de versículos fora do contexto, neste caso são utilizados
constantemente para validar as estranhas doutrinas da liderança.
Ensinam que quando alguém comete um pecado
está abrindo brechas para Satanás agir em sua vida, está dando “legalidade ao
diabo”. Parece que qualquer deslize que se comete, é como se desse uma senha
secreta para o diabo apropriar-se da pessoa e de seus bens. É uma doutrina
esdrúxula que só serve para manter o seguidor cativo à igreja. Que Deus é esse
que a qualquer pequeno erro de um filho seu, Ele o entrega a Satanás?
Também não tem base bíblica à atitude de
alguns líderes que querem prender as pessoas na sua igreja com ameaças de
saírem “debaixo de maldição” se mudar de igreja. Numa igreja saudável com um
pastor equilibrado as pessoas podem mudar para outra igreja sempre que assim o
desejarem. A pessoa é livre para servir a Deus onde se sentir melhor.
COBERTURA ESPIRITUAL - Novas doutrinas
difundidas pelo movimento neopentecostal, também colaboram para o crescimento
dos excessos. Uma delas é o ensino sobre “cobertura espiritual”, que concede ao
líder posição de autoridade e responsabilidade espiritual sobre todos os
membros de sua igreja. Quem sair de sua cobertura fica sem defesas contra o
inimigo, Deus sequer ouve suas orações.
O termo “Cobertura Espiritual” baseia-se
em uma doutrina falsa, que nada mais é que abuso religioso. Não tem base
bíblica. Nossa cobertura espiritual é o amor de Deus, que se estende sobre nós
como um lençol. Como alguém humano e falível poderia ser cobertura espiritual?
Não tem sustentação, é manipulação.
Numa igreja saudável, espiritual e
emocionalmente equilibrada, todos os membros oram uns pelos outros,
compartilham e dividem os “fardos” como manda a Bíblia (Gl 6.2). Não é apenas a
oração do pastor que tem validade diante de Deus. Todos somos filhos, então
todos estamos sob a cobertura de Deus.
O UNGIDO DO SENHOR - O pastor Ed René
Kivitz, comenta no livro "Feridos em Nome de Deus": “Outro meio de
abuso é o conceito difundido de que o pastor é o “ungido do Senhor”. Este
conceito é do Velho Testamento. Muitas igrejas evangélicas, especialmente as
pentecostais e neopentecostais tratam sua liderança como eram tratados os
profetas do passado, com reverencia intocável. Isso tudo é coisa do Velho
Testamento. No Novo Testamento não há hierarquização, todos somos sacerdotes,
somos nivelados. Há hierarquia no governo eclesiástico, ou seja, o pastor é
autoridade sobre o membro no que diz respeito ao governo da igreja, mas não no
que diz respeito à experiência pessoal com Deus. O pastor não é intermediário
entre o rebanho e Deus, este papel pertence a Jesus, único mediador entre Deus
e os homens. A única mediação que existe é a de Jesus Cristo. Está errada essa
visão do Antigo Testamento de que o pastor é um oráculo profético. Isso não tem
espaço no cristianismo”.
TIPOS DE PASTORES QUE COMETEM ABUSOS -
Como já citamos no início desse estudo, existem vários tipos de pastores que
cometem abusos. Vamos comentar aqui sobre os dois tipos mais comuns, citados no
livro "Outra Espiritualidade", pela clareza como são definidos.
PASTORES-LOBOS - São lobos vestidos de
pastores. São corrompidos, alguns conscientemente, outros sinceramente
enganados. Mas corrompidos na alma, na mente e no coração. Corrompidos no
entendimento da verdade, na relação do sagrado com o divino. São pastores de si
mesmos. Homens que se utilizam da fé e do desespero alheios para alcançar seus
próprios objetivos, servir seus próprios interesses que é: implementar sua
visão particular, desenvolver seu projeto pessoal de poder. São homens que
atuam no ramo da religião, no segmento evangélico, mas que estão absolutamente
distantes do Evangelho de Jesus. Distantes de sua mensagem, de seu espírito, de
seu caráter, de seus propósitos, de seus valores e de seus conteúdos mais
profundos. São os grandes geradores de ovelhas feridas. São os maiores abusadores
do rebanho.
PASTORES-OVELHAS - Estes são ovelhas
vestidos de pastores. São cristãos sinceros e dedicados a obra de Deus, mas que
jamais deveriam ter sido investidos da autoridade pastoral por não terem
chamado para essa função. Homens que pretendem servir a Deus, e o fazem com
integridade e sinceridade ao longo dos anos, mas que nunca foram separados pelo
Espírito Santo, isto é o Espírito Santo jamais os constituiu pastores, foram
colocados por decisão humana. Falta-lhes autoridade divina. Falta-lhes coração
e alma de pastor. Falta-lhes entranhas de pastor. Receberam o cetro, receberam
o titulo, mas não receberam o mais importante, a unção de Deus para o cargo. E
essa não pode ser forjada, inventada ou manipulada. Seriam ótimos crentes,
ótimos pregadores do evangelho, mas são péssimos pastores. Estes geralmente são
inseguros e querendo mostrar sua autoridade, exageram e passam a dirigir a
igreja ditatorialmente, não aceitam interferência em suas decisões. Não cometem
abusos propositadamente.
AS VÍTIMAS DO ABUSO - Os abusos
espirituais continuam acontecendo e vai deixando atrás de si um enorme número
de pessoas que não querem nem ouvir falar em igreja evangélica. Não é difícil
encontrá-los. Alguns formaram comunidades na Internet para se ajudarem, e
muitos estão sendo cuidados em consultórios de psicanálise. O abuso deixa
marcas profundas. Traumas psicológicos, depressão e até doenças graves são
relatadas pelas vitimas.
O abuso religioso é um assunto bem
discutido em livros, revistas e internet, mas que ainda não está esgotado
porque as coisas continuam acontecendo. Muitas publicações foram feitas com o
intuito de alertar para esses males, mas infelizmente poucos são alcançados.
Por isso neste espaço também queremos falar sobre o assunto, já que quanto mais
avisos, mais pessoas podem ser alcançadas.
O abuso Espiritual tem um efeito
devastador na vida das pessoas. Elas normalmente depositam um alto grau de
confiança em seus líderes, os quais deveriam honrar e guardar tal confiança.
Quando essa confiança é traída, a ferida que se abre é muito grande, até mesmo
a ponto da pessoa nunca mais poder confiar em líderes espirituais novamente,
mesmo que eles sejam legítimos.
Além de desenvolverem medo e desilusão com
relação a líderes religiosos, as vítimas de abuso espiritual muitas vezes têm
dificuldade em confiar em Deus. Elas se perguntam, "como é que Deus pode
ter permitido que isso acontecesse comigo? Tudo o que eu queria era amá-lo e
servi-lo!”.
Muitas vezes, essas pessoas desenvolvem
grande rancor, que se não for tratado, pode estabelecer raízes de amargura e
incredulidade com relação a tudo que seja espiritual. Para que haja uma
recuperação dos males causados pelo abuso espiritual, é preciso que a vítima
entenda o que aconteceu, por que aconteceu, e como aconteceu. Precisa entender
que ela não é a única pessoa vitimada por esse tipo de abuso. Ela deve procurar
grupos de apoio, e ser contínua e pacientemente ensinada sobre a graça de Deus.
TODOS PODEM SER VÍTIMAS
- Por mais estranho que possa parecer, o abuso espiritual não acontece apenas
contra pessoas simples e de baixo nível escolar. A verdade é que pessoas
esclarecidas e de classe alta, são facilmente manipuladas e se tornam escravas
de lideres maquiavélicos. As pessoas manipuladas deixam de usar a razão e
passam a ouvir o coração. Quando se dão conta do que está acontecendo com elas
geralmente já se encontram no fundo do poço. Já perderam quase tudo que tinham,
já não tem mais amigos, se afastou dos familiares e muitos perderam esposa ou
esposo. Tudo para servir integralmente a igreja (pastor).
COMO SE PREVINIR DO ABUSO ESPIRITUAL -
Existem algumas maneiras de identificar o abuso espiritual, mas não há uma
regra básica, já que todos os dias são criadas novas técnicas de abordagem para
“aprisionar” os incautos.
Cuidado com frases do
tipo:
“Você ainda não recebeu
nossa visão”;
“Isso é uma verdade
espiritual que você ainda não tem condições de entender”;
“Abençoe-me e você será
abençoado”;
“Não toque no Ungido do
Senhor”.
Fique Atento e:
1 - Não aceite nada que
não possa ser questionado.
2 - Preste atenção se o
líder tem tendência de se autoelogiar.
3 - Preste atenção se a
“visão” da igreja é mais importante que as pessoas.
4 - Seu pastor lhe
causa medo? Ele ameaça os membros com revelações sobre sua vida pessoal? Vive
dizendo que Deus lhe mostra tudo que acontece ou o que as pessoas fazem de
errado?
5 - Observe se seu
pastor trata de maneira mais próxima os membros que tem uma posição financeira
melhor.
6 - Se é comum alguém
ser escolhido para ser humilhado diante de todos.
7 - Não idolatre seu
pastor. Por mais carismático que ele seja, trate-o apenas como pastor,
respeitando-o como autoridade eclesiástica, mas nunca como um "deus"
ou pessoa infalível.
Servir a Deus é maravilhoso, mas isso não
quer dizer que você deva se separar dos amigos e da família por não serem
crentes. Continue tendo amigos descrentes, continue com seus laços familiares.
Ir à festa de família não o obriga a utilizar bebida alcoólica, muito menos participar
de conversas inadequadas. Estando entre amigos e familiares descrentes você
terá oportunidade de falar do evangelho para eles.
COMUNHÃO COM DEUS - Faz parte da natureza
humana a transferência de responsabilidade, mas a experiência espiritual não
permite a transferência de responsabilidade. Ninguém se relaciona com Deus em
nome de outro alguém, cada um se relaciona por si mesmo. Então, que cada
cristão procure se relacionar com Deus, independente do que pensa alguém da
liderança da igreja sobre suas orações. Se disserem que sua oração é “fraca”
não chega ao céu, não se preocupe quem está recebendo sua súplica é Deus. Você
está orando em nome de Jesus e não de seu líder. Isto quer dizer que sua
comunhão com Deus não pode ser medida pela liderança de sua igreja.
PASTOR PODE SER QUESTIONADO - Acreditar
que o pastor tem uma visão iluminada a respeito das verdades espirituais e que
ele sempre conhece mais a Bíblia que todos na comunidade, é um erro de
avaliação. Isso facilita a supremacia do pastor sobre todos. Tudo que ele diz
se torna verdade. O líder passa a ser intocável. Quem tenta questioná-lo é
tratado como endemoninhado, sem visão e “ovelha negra”. Não deve ser assim, o
pastor pode e deve ser contestado quando está usando a Bíblia de maneira
errada. O pastor pode e deve aceitar questionamentos e contestações dos
membros, afinal todos fazem parte do corpo. Seria bom se o líder tivesse
coragem de dizer que não tem resposta para todas as questões, reconhecesse que
não é infalível. Pedro era uma das colunas da Igreja de Jerusalém. Paulo em
comparação com ele era um “novato” no ministério, mas quando foi necessário o
“novato” corrigiu a atitude do apostolo Pedro (Gl. 2:11). O próprio Paulo
elogiou os crentes de Beréia, porque examinavam as Escrituras confirmando se o
que o apóstolo ensinava era verdade (At. 17:11).
PASTORES NA PLENITUDE DO ESPÍRITO -
Existem pastores sérios, homens de Deus e de alta confiança. O grande problema
é identificá-los. Mas ore a Deus para que você na sua busca "tropece"
em algum deles. São homens que parecem que romperam a linha que nivela os
mortais. Pessoas equacionadas na alma, resolvidas, que vivem no patamar do que
a Bíblia chama “plenitude do Espírito”, sendo essa plenitude não uma
experiência eventual, mas uma qualidade que se consolidou. São homens que
receberam do Espírito Santo o chamado para o pastorado. São homens com
entranhas de pastor. Homens que sabem o valor de uma ovelha para o Reino de
Deus. São confiáveis, com eles você pode tratar de qualquer assunto sem medo de
que ele use seus problemas contra você.
PASTOR QUE RECONHECE SUAS LIMITAÇÕES -
Pastor que reconhece que tem fragilidades, que trata suas emoções com
delicadeza, que desabafa com seus auxiliares, que reconhece que pode falhar e
não posa de semideus; não alimenta a dependência de pessoas do rebanho,
mostrando a elas que o pastor é um ser humano e não um ser infalível, esses tem
menos chances de cometer abusos.
RECEBENDO OS FERIDOS - Existem igrejas
sérias que recebem esses feridos e tentam recuperá-los. É um trabalho árduo e
complicado, já que estas pessoas estão desconfiadas de tudo e de todos, cheias
de traumas e até doenças geradas pelo sofrimento a que foram submetidas. Só
muito amor pelas almas é que movem essas igrejas a receberem esses irmãos, Deus
irá recompensá-las devidamente por esse amor.
Créditos:
J. DIAS
www.santovivo.net
FONTES:
Feridos
em Nome de Deus, Marília Camargo César – Mundo Cristão.
Outra
Espiritualidade, Ed René Kivitz – Mundo Cristão.
Decepcionados
com a Graça, Paulo Romeiro – Mundo Cristão.
AGIR
– Agência de Informações Religiosas.
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