domingo, 14 de julho de 2013

CORRENTES MILENISTAS - II PARTE

               Premilenismo Dispensacionalista

Do meu ponto de vista, essa é a corrente escatológica mais complexa e quem quiser se posicionar e se aprofundar nesse assunto, será necessário um estudo mais minucioso do assunto.

     Antes de entender basicamente os pontos sobre o milênio defendido pelo dispensacionalismo, procurei pesquisar um pouco sobre a história desse pensamento e suas características:

     A teologia dispensacionalista é centralizada na escatologia, sendo depositária de uma linha de raciocínio que parte do Antigo Testamento para o Novo Testamento. E por defender a inerrância das Escrituras, o fundamentalismo, que hoje é o dispensacionalismo tornou-se a linha teológica defendida pela grande maioria dos evangélicos das Américas.

     De acordo com a pesquisa, por mim realizada, o padre Emanuel Lacunza (1731-1801) foi o primeiro a separar a idéia do arrebatamento da idéia da volta de Cristo, ou seja, sempre a Igreja defendeu que o arrebatamento e a segunda vinda são o mesmo evento, até esse padre lançar essa proposta, no Chile. Porém essa idéia surgiu por motivos políticos. Quando Lacunza foi expulso do Chile, e refugiou-se na Itália escreveu um livro com suas idéias pré-tribulacionistas, no qual defendia que, o intervalo entre o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo era de 45 dias. Logo após, surge Eduard Irving dizendo que, esse intervalo era de três anos e meio. Em 1827, Darby, que era anglicano, abandona sua igreja e se membra a Igreja dos Irmãos. A partir daí, começou a estudar o Antigo Testamento, uma vez que já conhecia os escritos do padre Lacunza. Em 1830, Darby visita uma congregação em que uma adolescente de 15 anos, chamada de Margareth Mac Donald, profetiza que o intervalo entre o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo seria de sete anos. Margareth Mac Donald faleceu com 29 anos, e segundo o atestado de óbito registrava, ela era insana mental. Após isso, Darby passou a adotar essa idéia de sete anos de intervalo; publicou 40 livros expondo suas idéias numa linguagem fundamentalista, o que lhe deu proeminência.

     Bem resumidamente, essa é a história do dispensacionalismo. Os adeptos do Premilenismo dispensacionalista sustentam a existência de um arrebatamento, em que sete anos depois, período da grande tribulação, virá o milênio. Entretanto, para essa linha escatológica, há uma distinção histórica e bíblica entre Israel, chamado povo escolhido, e a Igreja. No milênio Cristo reinará na Terra - isto visto a partir de uma leitura literal de Apocalipse 19:20.

     No meu entendimento, o Premilenismo Dispensacionalista difere do histórico na questão dos eventos, pois os históricos ou clássicos defendem o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo como sendo um evento único, já os dispensacionalistas separam os eventos.

     Disse "no meu entendimento", pois o Dispensacionalismo é muito mais amplo que essa questão de evento, uma vez que envolve profecias de Daniel e todo um encaixe do Velho no Novo Testamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MILLARD, Erickson. Opções Contemporâneas na Escatologia. Tradução Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 1986.p.170.
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Campinas: Luz para o Caminho 1990. p.711-740.
HOUSE, Wayne. Teologia Cristã em Quadros. Tradução João Bentes e Gordon Chown. São Paulo: PES, 1992.p.233-243.
GILLIS, Christian. Roteiro de Aulas de História da Igreja. 3 ed.2000.p.37-38.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática - Edições Vida Nova (estudos visualizados CETS).
TRAVIS, Stephen. Creio na Segunda Vinda de Jesus. Campinas: Luz para o Caminho, 1990.

Bíblia de Estudo Almeida - Revista e Atualizada - SBB.

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