segunda-feira, 15 de julho de 2013

CORRENTES MILENISTAS - III PARTE



                        Pós-Milenismo
Essa corrente defende que, através de missionários, de evangelizações, pregações, etc, o Reino de Deus está se estabelecendo aqui na Terra.
     Resumo da Corrente Pós-Milenista: O pós-milenismo crê que o avanço do evangelho e o crescimento da igreja se acentuarão de forma gradativa, de tal modo que uma proporção cada vez maior da população mundial se tornará cristã. Como conseqüência haverá influencias cristãs significativas na sociedade, esta funcionará mais e mais de acordo com os padrões de Deus e gradualmente virá uma "era milenar" de paz e justiça sobre a terra. Esse "milênio" durará um longo período (não necessariamente de mil anos literais) e, por fim, ao final desse período, Cristo voltará a terra, crentes e incrédulos serão ressuscitados, ocorrerá o juízo final e haverá um novo céu e uma nova terra. Entraremos então no estado eterno.
     Para o Pós-Milenista, o resultado dessas ações será que, Cristo governará nos corações dos homens, sendo isso o reino de Deus, o governo do Senhor nos corações e não na política. Os Pós-Milenistas crêem que todos se converterão, inclusive os judeus, antes da volta de Cristo, em outras palavras, podemos dizer que eles são bem otimistas. O milênio acontece quando os homens em geral entregam suas vidas a Deus, havendo automaticamente paz e justiça sobre a Terra. Afirmam, ainda, que o governo de Deus sobre o coração do homem é um tipo de milênio, usam como base para isso o texto de João 14:16 para mostrar sua suposição. Após todos crerem, virá a parousia, que é a segunda vinda de Cristo, conforme estudado no CETS. Crêem, ainda, que os salvos ultrapassarão em quantidade os perdidos. De acordo com o meu entendimento, devido esse otimismo exagerado, que resulta em uma espécie de universalismo, essa linha escatológica tem aparentemente alcançado mais adeptos nos círculos contemporâneos do que as demais.
       Os Pós-Milenistas não entendem o milênio de forma literal, ou seja, período de mil anos, mas vêem o milênio como um grande período de paz.
Ps. Durante o estudo, observei que há vários tipos de pós-milenismo, havendo diferenças nos detalhes e nas afirmações, entretanto, não vem o caso falar deles neste trabalho.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MILLARD, Erickson. Opções Contemporâneas na Escatologia. Tradução Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 1986.p.170.
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Campinas: Luz para o Caminho 1990. p.711-740.
HOUSE, Wayne. Teologia Cristã em Quadros. Tradução João Bentes e Gordon Chown. São Paulo: PES, 1992.p.233-243.
GILLIS, Christian. Roteiro de Aulas de História da Igreja. 3 ed.2000.p.37-38.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática - Edições Vida Nova (estudos visualizados CETS).
TRAVIS, Stephen. Creio na Segunda Vinda de Jesus. Campinas: Luz para o Caminho, 1990.
Bíblia de Estudo Almeida - Revista e Atualizada - SBB.    

domingo, 14 de julho de 2013

CORRENTES MILENISTAS - II PARTE

               Premilenismo Dispensacionalista

Do meu ponto de vista, essa é a corrente escatológica mais complexa e quem quiser se posicionar e se aprofundar nesse assunto, será necessário um estudo mais minucioso do assunto.

     Antes de entender basicamente os pontos sobre o milênio defendido pelo dispensacionalismo, procurei pesquisar um pouco sobre a história desse pensamento e suas características:

     A teologia dispensacionalista é centralizada na escatologia, sendo depositária de uma linha de raciocínio que parte do Antigo Testamento para o Novo Testamento. E por defender a inerrância das Escrituras, o fundamentalismo, que hoje é o dispensacionalismo tornou-se a linha teológica defendida pela grande maioria dos evangélicos das Américas.

     De acordo com a pesquisa, por mim realizada, o padre Emanuel Lacunza (1731-1801) foi o primeiro a separar a idéia do arrebatamento da idéia da volta de Cristo, ou seja, sempre a Igreja defendeu que o arrebatamento e a segunda vinda são o mesmo evento, até esse padre lançar essa proposta, no Chile. Porém essa idéia surgiu por motivos políticos. Quando Lacunza foi expulso do Chile, e refugiou-se na Itália escreveu um livro com suas idéias pré-tribulacionistas, no qual defendia que, o intervalo entre o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo era de 45 dias. Logo após, surge Eduard Irving dizendo que, esse intervalo era de três anos e meio. Em 1827, Darby, que era anglicano, abandona sua igreja e se membra a Igreja dos Irmãos. A partir daí, começou a estudar o Antigo Testamento, uma vez que já conhecia os escritos do padre Lacunza. Em 1830, Darby visita uma congregação em que uma adolescente de 15 anos, chamada de Margareth Mac Donald, profetiza que o intervalo entre o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo seria de sete anos. Margareth Mac Donald faleceu com 29 anos, e segundo o atestado de óbito registrava, ela era insana mental. Após isso, Darby passou a adotar essa idéia de sete anos de intervalo; publicou 40 livros expondo suas idéias numa linguagem fundamentalista, o que lhe deu proeminência.

     Bem resumidamente, essa é a história do dispensacionalismo. Os adeptos do Premilenismo dispensacionalista sustentam a existência de um arrebatamento, em que sete anos depois, período da grande tribulação, virá o milênio. Entretanto, para essa linha escatológica, há uma distinção histórica e bíblica entre Israel, chamado povo escolhido, e a Igreja. No milênio Cristo reinará na Terra - isto visto a partir de uma leitura literal de Apocalipse 19:20.

     No meu entendimento, o Premilenismo Dispensacionalista difere do histórico na questão dos eventos, pois os históricos ou clássicos defendem o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo como sendo um evento único, já os dispensacionalistas separam os eventos.

     Disse "no meu entendimento", pois o Dispensacionalismo é muito mais amplo que essa questão de evento, uma vez que envolve profecias de Daniel e todo um encaixe do Velho no Novo Testamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MILLARD, Erickson. Opções Contemporâneas na Escatologia. Tradução Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 1986.p.170.
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Campinas: Luz para o Caminho 1990. p.711-740.
HOUSE, Wayne. Teologia Cristã em Quadros. Tradução João Bentes e Gordon Chown. São Paulo: PES, 1992.p.233-243.
GILLIS, Christian. Roteiro de Aulas de História da Igreja. 3 ed.2000.p.37-38.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática - Edições Vida Nova (estudos visualizados CETS).
TRAVIS, Stephen. Creio na Segunda Vinda de Jesus. Campinas: Luz para o Caminho, 1990.

Bíblia de Estudo Almeida - Revista e Atualizada - SBB.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

CORRENTES ESCATOLÓGICAS - I PARTE




Introdução

      Estamos vivendo os últimos momentos deste sistema dos reinos do mundo, muitas doutrinas e filosofias têm surgido e se misturado com os ensinamentos da chamada Nova Era, todas essas doutrinas e filosofias, tendem a confundir os mais desavisados e os desconhecedores da Bíblia. É de suma importância que tenhamos um conhecimento mais aprofundado do que a Bíblia ensina a respeito dos acontecimentos mundiais mais importantes, e daquilo que está à nossa espera em breves dias futuros. Inúmeras pessoas se filiam cada dia, às diversas igrejas e denominações espalhadas em todo o mundo. Entretanto, sabemos, também, que um número razoável dessas pessoas se afasta em razão de interpretações errôneas e falsas das Escrituras Sagradas. É nessas oportunidades que surgem as seitas e religiões fanáticas marcando datas da volta de Jesus, do fim do mundo e outras heresias. Para essa finalidade, o estudo sério e bíblico da Escatologia, é essencial para diminuir dúvidas e esclarecer muitas questões relacionadas com os eventos presentes e futuros e trazer uma compreensão de importantes temas bíblicos.

     Na história da igreja se têm presenciado muitos debates – com frequência exaltados sobre questões relacionadas com o futuro da natureza humana e é evidente que os seres humanos, por si mesmos, não conseguem conhecer o futuro. Mas os cristãos que creem na Bíblia vivem outra situação. Ainda que não possam conhecer tudo a cerca do futuro, Deus conhece todas as coisas passadas, presentes e futuras.

     Este trabalho trata dos principais fatos escatológicos na história do universo. Podemos ter absoluta certeza da ocorrência desses fatos porque o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo nunca erra e jamais mente, diz as Escrituras.

     De todas as correntes escatológicas, a amilenista é a mais simples por ser menos complicada, portanto, mais fácil de ser entendida, mesmo assim esse sistema apresenta algumas dificuldades deixando algumas dúvidas com respeito ao reino de Deus e o fim dos tempos. Essa corrente declara que a Bíblia não prediz um período de reinado de Cristo na Terra antes do juízo final. Segundo esse ponto de vista não haverá um reino terrestre de Cristo, por mil anos cronológicos de duração. Mesmo assim, esse ponto de vista deixa vários obstáculos que dificulta o entendimento claro da doutrina. A ideia é que haverá um desenvolvimento do bem e do mal no mundo até a segunda vinda de Cristo, quando, então, os mortos serão ressuscitados de uma só vez. A ressurreição tanto dos salvos quanto dos perdidos ocorrerá de uma só vez. Não haverá duas ressurreições como apresenta o esquema pré-milenista.

     O Pós-milenismo espera que a grande maioria da população mundial se converterá a Cristo antes de seu retorno glorioso. Compete à Igreja Cristã divulgar seus ensinamentos, discipulando as nações, ensinando seus povos a aplicar os princípios do Reino de Deus em cada área da vida humana.

                                                                                                               

Correntes Milenistas - I Parte


     Podemos observar em Apocalipse 20:2 o seguinte texto: "Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos".

     Encontramos nesse texto da Bíblia o registro claro de que Satanás será preso por mil anos. É claro que essa referência bíblica sobre esse tão discutido milênio é muito mais abrangente do que podemos imaginar. Porém devo entender que essa discussão a despeito desse trabalho gira em torno desses mil anos, ou seja, O MILÊNIO, onde alguns creem que haverá paz devido à prisão de Satanás.

     São quatro, as correntes escatológicas que tentam explicar a significação do milênio, a saber: Premilenismo Histórico, Premilenismo Dispensacionalista, Pós-Milenismo e Amilenismo.

     A seguir relatarei um pouco de cada corrente, ainda que superficialmente, pois devo levar em conta que o assunto é muito complexo e abrangente para um simples estudante de teologia, uma vez que o texto de Apocalipse 20 que faz referencia ao assunto não leva a outros pontos bíblicos para que se possa fazer uma melhor exegese do assunto. Assim, de acordo com estudos em livros e pesquisas diversas, colocarei de forma simples o meu entendimento a despeito dessas correntes.


                I. Premilenismo histórico - Essa corrente escatológica também é denominada Premilenismo Clássico.


     Resumo da Corrente Pré-milenismo histórico ou clássico: O pre-milenismo entende que a presente era da igreja continuará até que, com a proximidade do fim, venha sobre a terra um período de grande tribulação e sofrimento. Depois desse período de tribulação no final da era da igreja, Cristo voltará a terra para estabelecer um reino milenar, ou seja, quando ele voltar, os crentes que tiverem morridos serão ressuscitados, terão o corpo reunido ao espírito, e esses crentes reinarão com Cristo sobre a terra por mil anos. Durante esse tempo, Cristo estará fisicamente presente sobre a terra em seu corpo ressurreto e dominará como rei sobre toda a terra. Os crentes ressuscitados e os que estiverem sobre a terra, quando Cristo voltar receberão o corpo glorificado da ressurreição, que nunca morrerá, e nesse corpo da ressurreição viverão sobre a terra e reinarão com cristo. Quanto aos incrédulos que restarem sobre a terra, muitos, porém nem todos se converterão a Cristo e serão salvos.

     Neste pensamento escatológico Jesus reinará em perfeita justiça e haverá paz por toda a terra. No inicio desse tempo, Satanás será lançado no abismo, de modo que não terá influência sobre a terra durante o milênio. Ao final dos mil anos, Satanás será solto do abismo e unirá sua força com muitos incrédulos que se submeterão externamente ao reinado de Cristo, mas por dentro revolvem-se em revolta contra ele. Satanás reunirá esse povo rebelde para batalhar contra Cristo, mas serão derrotados definitivamente. Cristo, então ressuscitará todos os incrédulos que tiverem morrido ao longo da história, e estes comparecerão diante dele para o julgamento final. Uma vez realizado o juízo final, os crentes entrarão no estado eterno.

     O Premilenismo Histórico é conhecido como clássico porque fora a interpretação escatológica principal nos três primeiros séculos, em que os padres Papias, Irineu, Justino Mártir, Tertuliano e outros apoiavam essa interpretação.

     Seus adeptos sustentam que Cristo voltará e haverá um período de paz, justiça e gozo, no qual a própria pessoa de Cristo reinará sobre a Terra. O arrebatamento e volta de Cristo é interpretado como um evento único. Antes desse “milênio”, haverá sinais que demonstrarão a volta de Cristo. Essa corrente sustenta que a atual Igreja é o Israel espiritual, mas Deus restaurará a nação israelita, pois para ela há promessas no milênio. Para provar essa restauração é usado o texto de Romanos 11.

     Os Premilenistas Históricos creem que, após a segunda vinda de Cristo, Satanás será preso, haverá a chamada primeira ressurreição e Cristo reinará no milênio. Argumentam, ainda, que o Velho Testamento e Cristo disseram a respeito do governo do Ungido, sendo usado os textos de Salmos 2 como respaldo bíblico. Os Premilenistas Históricos usam somente a literatura apocalíptica para provar a literalidade do milênio, visto que as escrituras veterotestamentárias não têm texto algum que relata um período literal de mil anos. Basicamente, é tudo isso que os premilenistas clássicos creem, eles não são profundos em sua teologia escatológica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  
MILLARD, Erickson. Opções Contemporâneas na Escatologia. Tradução Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 1986.p.170.
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Campinas: Luz para o Caminho 1990. p.711-740.
HOUSE, Wayne. Teologia Cristã em Quadros. Tradução João Bentes e Gordon Chown. São Paulo: PES, 1992.p.233-243.
GILLIS, Christian. Roteiro de Aulas de História da Igreja. 3 ed.2000.p.37-38.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática - Edições Vida Nova (estudos visualizados CETS).
TRAVIS, Stephen. Creio na Segunda Vinda de Jesus. Campinas: Luz para o Caminho, 1990.
Bíblia de Estudo Almeida - Revista e Atualizada - SBB.