terça-feira, 22 de novembro de 2011

O AVIVAMENTO QUE PRECISAMOS

Avivamento é: ato ou efeito de avivar, renovar. Diz-se da pessoa animada, cheia de vigor, alegre e empreendedora.

O derramamento do Espírito Santo é um dos mais profundos e genuínos anseios do cristão sincero e biblicamente embasado, que não se conforma com uma vida cristã medíocre. Todo crente fiel, qualquer cristão que se interessa pelo crescimento do Reino de Deus aqui na terra, deseja o avivamento, prega o avivamento, ora incessantemente pelo avivamento.

1.    Condições importantes para um avivamento genuíno:
a)    Desejo: Jr. 29:13 – Não haverá avivamento sem que os que estão empenhados em buscá-lo o desejem profundamente. O avivamento somente poderá tornar-se realidade na vida do crente se houver vontade de participar de um despertamento espiritual por parte dessa pessoa. Mas como saber se uma pessoa tem vontade de ser avivada espiritualmente? Por meio de suas atitudes.
b)    Obediência: Lc. 24:49 – Todo avivamento tem de passar pelo caminho da obediência. Se os discípulos não tivessem obedecido às ordens de Jesus de ficar em Jerusalém não receberiam o batismo no Espírito Santo.
c)    Autenticidade: 2ª Cr. 7:14-16 – A imitação ou o desleixo não leva ao avivamento. O avivamento acontecerá como resultado da obediência a Cristo e como fruto da revelação dada pelo Senhor à sua Igreja, a alguém ou a algum grupo que lhe apraz. O Senhor sempre utiliza métodos novos para realizar o avivamento.
d)    Busca: At. 1:14 – Não seremos crentes avivados se não buscarmos o avivamento necessário para nossas vidas. As mesmas pessoas que obedeceram à ordem de Jesus em Lc. 24:49 perseveraram unanimes em oração e suplicas neste texto de Atos.
2.    Atitudes de quem tem o avivamento do Espírito:
a)     Promove a paz: Rm. 12:18 e 2º Co. 5:18 – O crente avivado tem comunhão com os demais irmãos e exerce o ministério da reconciliação em sua vida.
b)    Coopera na sua igreja: Gl. 6:9-10 – O crente avivado deve ajudar sem a pretensão de ser o primeiro, sem tapinhas nas costas, sem reconhecimento e interesse particular.
c)    Aceita o outro, mesmo com seus defeitos: 1 Jo. 2:9-11 – Nós crentes, temos de aprender a aceitar o nosso irmão do jeito que ele é. Muitas vezes queremos que as pessoas estejam enquadradas dentro do nosso padrão, entretanto, esquecemos que quem busca a paz tem de abandonar as armas.

3.    Elementos essenciais para se alcançar o avivamento:
a)    Unanimidade: At. 1:14 – Não acontecerá avivamento se não houver busca. Nós crentes, somente poderemos alcançar o genuíno avivamento se perseverarmos unanimemente em oração e súplicas. Se quisermos um avivamento , devemos unir-nos em um mesmo objetivo e propósito, como fez a Igreja Primitiva.
b)    Oração: Js. 7:6 e 1ª Rs. 21:27 – Nós crentes, temos que dobrar os joelhos, inclinar o rosto e clamar a Deus. Quando alguém no Velho Testamento buscava uma resposta de Deus rasgava suas vestes, vestia-se de pano de saco, cortava o cabelo e jogava cinzas sobre a cabeça. Para nós cristãos, dobrar os joelhos e clamar a Deus é símbolo de humilhação e quebrantamento de nosso coração.
c)    Perseverança: Cl. 4:2 – quem busca o avivamento deve persistir nessa busca. É o que ensina o verso lido. Começar qualquer coisa é fácil. Difícil é continuar o que começou.
d)    Mudança: At. 4:31 – Quando oramos com os irmãos da Igreja Primitiva, algo de extraordinário acontece. Mover é deslocar, é fazer alguém sair do lugar onde está. E isto podemos verificar claramente no texto lido.
4.    Características de uma vida genuinamente avivada:
a)    Imita a Cristo: 1ª Co. 11:1 – O apóstolo Paulo disse “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo. O apóstolo tinha autoridade e vida exemplar semelhante às de Cristo.
b)    Teme a Deus: Ap. 14:7 – O crente avivado e cheio do Espírito Santo teme a Deus. Tem medo de pecar, e quando peca, cai num profundo arrependimento.
c)    Vive desapegado dos bens materiais: 1ª Co. 15:19 -  A pessoa avivada e cheia do Espírito Santo não está presa ao materialismo. Sabe que, se esperar em Cristo somente nesta vida, é o mais miserável de todos os homens.
d)    Prega a Palavra de Deus e faz uso dos dons e da autoridade que lhe é imposta: At. 4:31 e 4:33 – O apóstolos anunciavam a Palavra com ousadia porque estavam cheios do Espírito Santo. Devemos pregar a Palavra de Deus com fé e intrepidez.
Precisamos de um avivamento para que tenhamos fé que, orando, podemos fazer as coisas acontecerem. Precisamos de um avivamento para que tenhamos forças para enfrentar as lutas, para testemunharmos do Evangelho com poder e ousadia como fazia a Igreja Primitiva.
5.    O crente avivado tem alguns pontos que o identificam como tal:
a)    Fala a verdade e promove a paz: Ef. 4:25 e Rm. 12:18 – O crente avivado fala com o seu irmão apenas a verdade.
Onde o crente avivado chega, chega com ele também a paz e a tranqüilidade.
b)    Coopera na obra de Deus: Rm. 16:1-15 – Este é mais um princípio para a comunhão entre os irmãos. Neste texto Paulo cita uma lista de cooperadores na obra de Deus.
c)    Convive com os irmãos e exerce o perdão: At. 2:46 e 2ª Co. 12:15 – Só haverá profunda comunhão se todos aceitarem todos. O crente avivado tem um convívio saudável com os irmãos, conforme os crentes da Igreja Primitiva.
O crente que tem recebido o avivamento do Espírito Santo se dispõe a perdoar a quem lhe ofender. Cumpre o que diz Rm. 15:15-16. Amém!

Conclusão
O crente avivado recebe a graça para perdoar. Graça é também amar sem ser amado. O apóstolo Paulo faz um comentário sobre isso em 2ª Co. 8:1-3 e 12:15. É preciso ter compaixão e ajudar os necessitados. Oremos a Deus para que a nossa igreja seja sacudida pelo vento do Espírito Santo. Somente Ele poderá derramar o verdadeiro avivamento no meio do seu povo e soprar aquele vento impetuoso do Dia de Pentecostes.


Abraços do
Ir. Luiz.
Ref. Pregando poderosamente a Palavra (Silas Malafaia)

sábado, 15 de outubro de 2011

O HOMEM COMO IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS

Introdução: 
A produção deste trabalho foi norteada e resumidamente por alguns fatores delimitativos para que pudesse ser composto dentro dos parâmetros propostos para o fim a que se destina.
As fontes informativas que tratam sobre o tema são excessivamente abrangentes, o que torna de certa forma, de difícil interpretação para um leigo. Diversos caminhos poderiam ser tomados no exame de tão relevante matéria, porém procurei manter uma linha de raciocínio centralizada no assunto, o que não quer dizer que não tenha deixado escapar algum ponto.
Questões ligadas às concepções da imagem de Deus no homem têm divido, ao longo do tempo, muitos estudiosos, filósofos, teólogos entre outros que procuram saber sobre a história da humanidade, visto que o homem como um ser racional sempre buscou saber mais e mais de sua própria linhagem e origem.
O meu posicionamento neste trabalho será restrito à análise do ser humano enquanto imagem de Deus, seu relacionamento com Deus e seu posicionamento como criatura no plano eterno da criação proposto por Deus, ainda que esse homem tenha caído, tornando-se todo depravado, fruto do seu pecado, minha abordagem será do ponto de vista da teologia, fundamentada nas exposições das Escrituras Sagradas.
Por fim, tratar o assunto, ainda que limitado pelo pouco tempo que me resta e pelo desafio que a matéria me oferece, está sendo de grande valia para o meu conhecimento e minha vida cristã e ministerial.
Desta forma só tenho que agradecer a Deus pela capacidade de raciocinar e interpretar, ainda que de forma leiga, os assuntos que me são colocados.
Toda honra e toda glória seja dada ao Criador.

O HOMEM COMO IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS
A imagem de Deus no homem é primeiro mencionado nas Escrituras em relação à criação do homem no sexto e último dia da criação. Em Gênesis 1:26 e 27 diz: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar; sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, a imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.
Alguns pensam que isto consiste meramente no domínio sobre as criaturas, mas tal interpretação, do meu ponto de vista, é totalmente equivocada. Quer dizer muito mais do que isso. Vejamos o que a Palavra de Deus esclarece sobre isso. Em Colossenses 3:10 diz: "E vos vestistes do novo homem, que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou". A imagem de Deus no homem é basicamente moral e espiritual, isto é indicado em Efésios 4:24 que diz: “ E vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”. Diferente de toda a criação, o homem foi dotado com conhecimento, justiça e santidade. Porém em decorrência do seu pecado o homem foi privado destas virtudes, mas através de Cristo ele é renovado e restaurado ao estado original, ou seja, a imagem e semelhança de Deus. Desta forma, a imagem de Deus no homem é e deve ser essencialmente o homem ser um reflexo de Deus em seu caráter espiritualmente puro.
Em conseqüência do pecado e queda de Adão e Eva, diminuiu a imagem de Deus, não apenas em Adão e Eva, mas em toda a raça humana. O homem reteve a imagem e semelhança estruturalmente, no sentido de que permaneceu sendo ser humano, mas não funcionalmente, porque a partir da queda este se tornou, assim pode-se dizer escravo do pecado, e é incapaz de usar seu poder para refletir a santidade de Deus. Entretanto, a regeneração começa com o processo de restauração da imagem moral de Deus na vida do homem, mas não até que este seja completamente santificado e glorificado refletirá a Deus apenas em pensamento e ação, assim como foi feito para refletir e como o filho encarnado de Deus em sua humanidade realmente o refletiu, ou seja, o homem deve obedecer e fazer sempre a vontade de Deus Pai como diz em João 8:29 " E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada”.
Esse reflexo da imagem e semelhança de Deus no homem, a Bíblia diz claramente em salmos 8:5 “Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste”. O homem é chamado e inclinado a escolher o bem, com a capacidade de poder escolher também o mal. Essa liberdade faz com que o homem tenha o amor à flor da verdade e busque a verdade, como aquilo que constrói o ser humano e que faz essa imagem aparecer mais claramente.
Também, em Gênesis 1:26, Deus dá ao homem o domínio, o senhorio sobre todas as coisas criadas, assim o homem se torna dominador de todas as coisas criadas e não depende, não pode depender de nenhuma delas. Todas as coisas que estão sob o domínio do homem, desta forma, servem à utilização, à posse, à evolução e melhoria do próprio mundo criado. Jamais se destinam à destruição, pois Deus é criador e não destruidor, assim o homem torna-se imagem e semelhança de Deus.
Outra característica clara do ser humano como imagem de Deus, é a sua razão, a sua inteligência e em especial os seus sentimentos, pois isso é próprio da natureza de Deus ordenar as coisas, harmonizar o mundo para produzir mais coisas dentro da ordem. O homem é a grande coroa da criação do universo, a obra prima de Deus. Outra característica da imagem e semelhança de Deus no homem é a familiaridade com ele, pois diz a Bíblia que Deus passeava ao cair da tarde com o homem pelo jardim e isso fez com que Deus criasse certo laço de familiaridade com o homem, pois a família é um dos marcos mais fortes da imagem e semelhança de Deus, pois o próprio Deus chegou ao ponto de dizer que o homem foi chamado a ser amigo de Deus, conforme diz a Bíblia em Isaías 41:8 “Mas tu, o Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi descendente de Abraão, meu amigo”. Diante disso, tenho cada vez mais a certeza dessa imagem e semelhança com Deus.
Além disso, o homem é um ser social, criado à imagem de um Deus que é família, Pai, Filho e Espírito Santo, onde aplica o amor e coloca em seu sentimento a exigência de ser comunitário, de ser social. A imagem e semelhança de Deus no homem fazem com que ele se abra para a comunidade e quanto mais ele mostra sua semelhança com Deus através do amor ao próximo mais ele próprio se realiza, tornando-se cada vez mais a imagem e semelhança de Deus.
Devo enfatizar que o fato do homem ter sido criado à imagem e semelhança de Deus, não significa igualdade pura.
O homem foi formado à imagem de Deus nos aspectos físico, espiritual e intelectual. Mas, acima de qualquer raciocínio ou conclusão precipitada, quero afirmar que tudo o que podemos e devemos saber acerca de Deus está contido nas Escrituras Sagradas.

PASSAGENS BÍBLICAS IMPORTANTES
Entre as maravilhas que Deus criou está o ser humano. Na verdade o homem é a obra prima da criação, como já foi citado a cima.
A Bíblia diz em Gênesis 1:26 e 27: "Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar; sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, a imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou"
A Bíblia não deixa dúvida a respeito da origem da raça humana. O homem não veio à existência através de um processo, evoluindo de formas inferiores até chegar ao que é hoje, como pensam alguns.
A Palavra de Deus confirma ao longo de suas páginas essa declaração. No evangelho de Lucas, mais precisamente no capitulo 3 onde fala da genealogia de Jesus encontramos no versículo 38 que na mais remota linhagem, Adão o pai da humanidade, veio de Deus. Vejamos o que diz a Bíblia: “Cainã, filho de Enos, Enos, filho de Sete, e este, filho de Adão, filho de Deus”. A Bíblia é bem clara quanto à origem do homem.
No livro de Salmos Davi, exalta com clareza a dignidade de Deus como Criador e menciona no capitulo 8:4 e 5 "Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste".
Mais uma vez a Bíblia dá o testemunho claro de que o ser humano foi formado pelo Criador, e ao sair de suas poderosas mãos, o homem era perfeito. Seu rosto comunicava saúde, luz e vida. Sem ter experimentado o pecado mantinha uma esfera de beleza, pureza e santidade, prova disto era que Deus se comunicava pessoalmente com o homem, como diz a Bíblia em Gênesis 3:8.
Por outro lado, a Bíblia relata com clareza como Deus buscou acompanhar e abençoar a sua criação. Em várias oportunidades, a Bíblia relata a confiante fé de Abraão em Deus.
Abraão, além de ser chamado de o Pai da Fé, é também chamado de o amigo de Deus. No livro de Tiago 2:23 diz: "E se cumpriu a escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: foi chamado amigo de Deus".
Como é maravilhoso ser chamado amigo de Deus. Isso com certeza traduz a experiência viva, o propósito para qual o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, ou seja, ser amigo e companheiro do seu criador é ter mais do que a semelhança, é estar com Deus.
No entanto, o exemplo maior de companheirismo com o homem foi dado por Deus quando Jesus Cristo veio estar entre os homens, assumindo a sua natureza humana.
Em Atos 10:38 diz: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”. Embora Jesus tivesse momentos reservados para sua comunhão íntima com o Pai, o maior tempo de sua missão foi gasto com as pessoas, ensinando, curando, aliviando a dor e o peso dos sofredores, tudo isso se resume na imagem e semelhança de Deus, pois Deus é amor.
Em 1 Coríntios 11:7 diz: “Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem”.
Em 2 Coríntios 3:18 diz: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”.
Em Tiago 3:9 diz: “Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus”.
Mesmo sem o seu brilho original, o homem ainda reflete a imagem de Deus. O homem ainda possui uma consciência moral, um senso do certo ou errado, bem ou mal. E isto pode se tornar dia a dia mais sensível se este cultivar um relacionamento saudável com Deus através do estudo de sua Palavra e através do diálogo com seu criador pela oração.
Por outro lado, o que restou no homem da imagem de Deus, poderá ser completamente anulado se este der vazão aos maus impulsos da sua natureza pecaminosa. Fazendo assim, dia a dia, apagará a imagem e semelhança com Deus seu criador.

CONCEPÇÕES DA IMAGEM
No livro de Gênesis 1:26 pode-se ver o relato da criação do homem, onde a ordem divina é: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”. Pode-se observar claramente no texto que o homem distingue-se das demais criaturas de Deus, porque foi criado de uma maneira singular. Apenas do homem é dito que ele foi criado à imagem e semelhança de Deus e esta expressão descreve o homem na totalidade de sua existência, como algo ou alguém que reflete e espelha a imagem de Deus.
A imagem e semelhança de Deus no homem não é algo acidental, mas é algo que é essencial à sua natureza humana, visto que o homem não pode ser homem sem a imagem e semelhança de Deus.
Berkhof diz que na concepção reformada, a Imagem de Deus consiste na integridade original da natureza do homem, integridade esta que expressa que o homem foi criado para refletir, espelhar e representar Deus. Nossos primeiros pais foram criados para refletir as qualidades que havia em Deus, e isto em perfeita obediência, sem pecado. Agostinho, no entanto, diz que o homem foi criado "capaz de não pecar". Para Agostinho, o homem podia agir perfeitamente em obediência ao seu criador na adoração, no serviço a Deus, no domínio e cuidado da criação e no amor e companheirismo uns com os outros sem ter cometido a prática do pecado. Agostinho apóia sua idéia baseado nos textos bíblicos seguintes:
Colossenses 3:10 “E vos revestistes do novo homem, que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”. Para Agostinho, o homem é dotado de conhecimento verdadeiro que o torna a imagem de Deus.
Efésios 4:24 “E vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”. Agostinho chega à conclusão de que o homem sendo imagem e semelhança de Deus, pode perfeitamente distinguir entre o certo e o errado, portanto, tem a capacidade de exercer justiça e praticar a santidade.
Para Calvino, a imagem de Deus não foi totalmente aniquilada com a queda, mas foi terrivelmente deformada ele descreveu esta imagem depois da queda como “uma imagem deformada, doentia e desfigurada”.
Calvino entende que o homem antes criado para refletir Deus, agora após a queda, precisa ter esta condição restaurada. Restauração esta que se estenderá por todo o processo da redenção da humanidade. Esta renovação da imagem original de Deus no homem significa que o homem é capacitado a voltar-se para Deus, a voltar-se para o próximo e também voltar-se para a criação para governá-la, ou seja, terá de fazer uma reconciliação completa.
Calvino diz ainda, que o homem é portador da imagem de Deus, mas que também ele precisa ser renovado nesta imagem, pois somente desta maneira poderá alcançar a plena restauração da imagem e semelhança de seu criador.
Esta restauração da imagem só é possível através de Cristo, porque Cristo é a imagem perfeita de Deus, e o homem como pecador precisa agora tornar-se mais semelhante a Cristo. Em Colossenses. 1:15 diz: "Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação". Em Romanos 8:29 diz que Deus predestinou o homem para ser conforme a imagem de seu filho, ou seja, Jesus Cristo.
Quando Deus criou o homem á sua própria imagem, Deus estabeleceu uma relação na qual ele pudesse refletir de modo finito, certos aspectos do seu criador. O homem deveria refletir as qualidades éticas de Deus, tais como retidão e a verdadeira santidade divina. O homem deveria dar expressão às funções divinas em ralação ao cosmo e as atividades de seu ambiente, como encher a terra, cultivá-la e governar sobre o mundo criado. O homem em sua forma física, também refletiria as próprias capacidades do Criador como, por exemplo, apreender, conhecer, exercer amor, produzir, controlar e interagir com o seu próximo. Pois agindo dessa maneira certamente fará jus ao que a Bíblia diz que o homem foi feito a imagem e semelhança de Deus.

AVALIAÇÃO DAS CONCEPÇÕES
A Bíblia revela que o homem ocupa um lugar central de importância na revelação geral de Deus através da sua Palavra. À doutrina do homem segue se imediatamente a doutrina de Deus, portanto, não se pode restringir a imagem de Deus apenas ao conhecimento, à justiça e santidade originais que foram perdidos devido ao pecado, ela inclui também elementos que pertencem à constituição natural do homem. São elementos que pertencem ao homem como tal, em sua totalidade, como suas faculdades intelectuais, seus sentimentos naturais e sua liberdade moral. O homem, mesmo após a queda, independentemente da sua condição espiritual, é apresentado como imagem e semelhança de Deus.
A doutrina da imagem de Deus no homem é sem dúvida da maior importância na teologia, pois essa imagem é a expressão daquilo que é mais distintivo no homem e em sua relação com Deus. Quanto se pode saber da Escritura, é que até mesmo os anjos não participam com o homem essa honra da criação e de ser chamado a imagem e semelhança de Deus, embora às vezes o assunto seja apresentado (de certa forma, entendo eu) como se compartilhassem. O pecado e a queda deformaram e macularam a imagem de Deus no homem, mas ainda assim, ele continua sendo a imagem e semelhança de seu criador.
Para fazer uma avaliação mais concreta da concepção da imagem e semelhança de Deus, quero colocar alguns pontos importantes ensinados e discutidos durante os dias de aula nesta matéria, onde pude aprender que: A imagem de Deus é universal em toda a raça humana. A imagem de Deus não se perdeu em conseqüência do pecado ou, especificamente, da queda. Neste caso, a imagem de Deus não é algo acidental ou externo à natureza humana, como já citado anteriormente. É algo inseparavelmente ligado à humanidade. Não há indicação de que a imagem de Deus esteja mais presente em maior grau numa pessoa que em outra. A imagem de Deus não está relacionada com nenhuma variável. Por exemplo, não há nenhuma declaração direta que ligue a imagem com o desenvolvimento de relações, nem que a faça depender do exercício do domínio. As declarações em Gênesis 1:26 simplesmente dizem que Deus resolveu fazer o homem conforme a sua imagem e assim o fez. Isso parece anteceder qualquer atividade humana. A imagem diz respeito aos elementos que, na constituição dos seres humanos, permitem-lhes o cumprimento de seu destino. A imagem consiste nas aptidões da personalidade que fazem com que cada ser humano seja como Deus, capaz de interagir com outras pessoas, pensar e possuir livre arbítrio.
  
CONCLUSÕES A RESPEITO DA NATUREZA DA IMAGEM
 A Bíblia diz em Romanos 9:20 “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Por ventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?”.
Há muitos que vivem especulando acerca de assuntos que a Bíblia não revela e acabam por perder a fé, o amor e a esperança. Desanimam na vida cristã e acabam por buscar orientação e ajuda em lugares e/ou com pessoas erradas.
A Bíblia nos diz em Deuteronômio 29:29."As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei".
O aspecto fundamental neste assunto não é ficar especulando acerca da forma física e espiritual ou acerca da capacidade mental de Deus.
Mas o ponto principal, bem diferente da especulação, é que o Senhor formou o homem para viver em sua companhia. Nisto consiste à base do tema da criação do homem à imagem e semelhança de Deus.
O ato da criação do homem é uma manifestação do amor de Deus, e entre outras coisas isto pode ser comprovado pela capacidade de escolher, ou seja, o livre arbítrio com que foi criado o homem.
O Senhor desejou que a família da terra fosse uma extensão da família celestial. Todavia, não impediu que o homem escolhesse esse ou outro caminho diferente para seguir.
Aí está a grande diferença entre os seres humanos e as demais criaturas viventes. Os animais são irracionais. Não pensam. Não raciocinam, nem possuem capacidade de escolha. O homem pode fazer tudo isso e muito mais, o exemplo disso é que podemos ver nas páginas das Escrituras Sagradas muitos exemplos de Deus desejando estar em companhia do homem, como se pode ver em Gênesis 3:8 “Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher; por entre as árvores do jardim”. O texto diz que o Senhor visitava pela viração do dia o Jardim do Éden, só para desfrutar do companheirismo de Adão e Eva. Pouco depois, lemos a história de Abraão, é sem dúvida um dos mais lindos e emocionantes relatos históricos da Bíblia. No desenrolar dos fatos pode-se ver como Abraão buscou um relacionamento contínuo com Deus.
E, por outro lado, a Bíblia narra em vários pontos, como Deus buscou acompanhar e abençoar este seu servo, dando com isso, um verdadeiro exemplo de imagem e semelhança.
  
IMPLICAÇÕES DA DOUTRINA
 Ao falar no assunto da doutrina da alma, logo vem em mente uma pergunta: De quantas partes compõe-se o homem? A resposta exata eu não sei, mas uma coisa eu posso afirmar é que todos concordam que temos um corpo físico. E a maioria das pessoas, tanto cristã quanto não cristã, sente que também tem uma parte imaterial, ou seja, uma alma que sobreviverá à morte do corpo. Algumas pessoas crêem que, além do corpo e da alma, temos também uma terceira parte, que se chama espírito, e este espírito se relaciona mais diretamente com Deus. E esta concepção de que o homem é constituído de três partes CORPO, ALMA e ESPÍRITO é o que se pode denominar de:

TRICOTOMISMO: No livro de Gênesis 2.7 diz: ”Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. Quando Deus fez o homem, lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. O texto dá a entender que Adão é aqui uma pessoa unificada, com corpo e alma vivendo e agindo juntos.
Quando analisado o uso das palavras bíblicas traduzidas como alma parece-me que às vezes são usadas indistintamente. Por exemplo, podemos ver claramente isso em João 12:27 o que diz Jesus na parte “a” do versículo: “Agora, está angustiada a minha alma”, enquanto num contexto muito parecido, no capítulo 13:21 João diz que Jesus “angustiou-se  em espírito”, do mesmo modo, pode-se ver em Lucas 1:46-47 as palavras de Maria “Então disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador”. Esse parece ser um exemplo bem evidente de um paralelo e artifício poético onde a mesma idéia é repetida com o uso de palavras diferentes, mas iguais na idéia, dando a entender que há um corpo, uma alma e um espírito, quer dizer: tricotomia.

DICOTOMISMO: A Bíblia diz no livro de Eclesiastes 12:7 “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”.
No livro de 1Reis 17:21 diz: “E, estendendo-se três vezes sobre o menino, clamou ao Senhor e disse: Ó Senhor, meu Deus, rogo-te que faças a alma deste menino tornar a entrar nele”. Pode-se perceber com clareza que Elias ora para que a “alma” da criança morta volte ao corpo.
No Novo Testamento, podemos ler em Lucas 12:20 que Deus diz ao rico insensato: “Esta noite te pedirão a tua alma”. Por outro lado, às vezes a morte é tida como o retorno do espírito a Deus, como podemos ver isso em Lucas 23.46 onde Jesus na cruz diz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E dito isto espirou”. No Novo Testamento, em Atos 7:59 na hora da sua morte, Estevão orou antes de morrer dizendo: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!”. Olhando por este lado, o homem é tido tanto como “corpo e alma” quanto como “corpo e espírito”.
Em Mateus 10:28  Jesus nos exorta dizendo “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”. Neste texto a palavra alma claramente se refere à parte da pessoa que persiste após a morte. Não pode significar “pessoa” ou “vida”, pois não faria sentido falar daqueles que “matam o corpo e não podem matar a pessoa”, ou que “matam o corpo e não podem matar a vida”, a menos que haja algum aspecto da pessoa que continue vivo depois da morte do corpo o que é impossível.
Olhando para estes pontos bíblicos, pode-se chegar à conclusão que há ai apenas duas partes, corpo e alma, dando ênfase ao que podemos chamar de dicotomia.

MONISMO: No monismo a idéia de que as partes, corpo e alma possam ser separados é rejeitada, pois não é possível pensar no homem como um composto ou como uma entidade distinta. Visto que no monismo há uma unidade radical e que o corpo, alma e o espírito são apenas sinônimos. Além do mais, ser homem é ser ou possuir um corpo, este não pode existir sem.
No monismo não é possível a existência descarnada após a morte. Não é aceita a imortalidade da alma, nem é aceito o estado intermediário entre a morte e a ressurreição.
A Bíblia relata poucas evidências sobre o monismo, daí porque se torna um ponto de difícil informação, entretanto podem-se notar algumas passagens que dá evidências do estado intermediário que são elas: Lucas 16:19-31 e 23:43.
Outra evidencia da existência do corpo e da alma se encontra em Mateus 10:28  em I Coríntios capitulo 15 e em II Coríntios  5:2-4.
Apesar da declaração de Mateus 10:28, o corpo e a alma não se refere a possibilidade de uma existência separada, encarnada e desencarnada. Para o monismo o homem é um ser único materializado.

2.6. A ORIGEM DA ALMA NO INDIVÍDUO

CONCEITOS HISTÓRICOS SOBRE A ORIGEM DA ALMA. A filosofia grega dedicou considerável atenção ao problema da alma humana e não deixou de fazer sentir a sua influência na teologia cristã. A natureza, a origem e a existência permanente da alma eram objetos de consideração. Platão cria na preexistência e na transmigração da alma. Na Igreja primitiva a doutrina da preexistência da alma limitava-se praticamente à escola Alexandrina. Orígenes foi o principal representante dessa idéia e a combinava com a noção de uma queda pré-temporal. Logo apareceram dois outros conceitos e se provaram muito mais populares nos círculos cristãos do que o primeiro. Colocarei abaixo de forma resumida tais conceitos, visto que se trata de um assunto bastante vasto, onde não poderia explaná-lo em seu total conteúdo neste pequeno trabalho.

PREEXISTENCIALISMO: Alguns teólogos especulativos, dentre os quais Orígenes, Scotus Erígena e Júlio Mueller são os mais importantes, que defendiam a teoria de que as almas dos homens existiam num estado anterior, e que certas ocorrências naquele primeiro estado explicam a condição em que essas almas se acham agora. Orígenes vê a atual existência material do homem, com todas as suas desigualdades e irregularidades morais e físicas, como um castigo pelos pecados cometidos numa existência anterior. Enquanto Scotus Erígena também sustenta que o pecado deu entrada no mundo da humanidade no estado pré-temporal, e que, portanto, o homem começa a sua carreira na terra como pecador. Já  Júlio Mueller recorre à teoria, com o fim de conciliar as doutrinas da universalidade do pecado e da culpa individual. Segundo Mueller, cada pessoa necessariamente deve ter cometido pecado voluntário naquela existência anterior. Entretanto essa teoria expõe-se a várias objeções:
1 - É absolutamente vazia de bases bíblicas e filosóficas e, pelo menos nalgumas de suas formas, baseia-se no dualismo de matéria e espírito como ensinado na filosofia pagã, fazendo da ligação da alma com o corpo uma punição para a alma.
2 - Faz realmente do corpo uma coisa acidental. A alma estava inicialmente sem o corpo, recebendo-o posteriormente. O homem era completo sem o corpo. Isto elimina virtualmente a distinção entre o homem e os anjos.
3 - Destrói a unidade da raça humana, pois presume que todas as almas individuais existiam muito antes de entrarem na vida presente. Elas não constituem uma raça.
4 - Não acha suporte na consciência do homem. O homem absolutamente não tem consciência de uma existência anterior; tampouco sente que o corpo é uma prisão ou um lugar de punição para a alma. De fato, ele teme a separação do corpo e da alma como uma coisa antinatural.

CRIACIONISMO: A teoria do criacionismo sustenta que Deus cria uma nova alma por ocasião do nascimento de cada indivíduo. Foi essa teoria que dominou a igreja oriental e também encontrou alguns adeptos e admiradores no Ocidente. Jerônimo e Hilário de Pictávio foram os seus representantes mais proeminentes. De acordo com este conceito, a alma do homem, assim como o corpo, origina-se mediante reprodução. Geralmente se funde com a teoria realista de que a natureza humana, em sua totalidade, foi criada por Deus e crescentemente se individualiza, à medida que a raça humana se multiplica.
Do meu modo de ver, cada alma é individual e deve ser considerada como uma imediata criação de Deus, devendo à sua origem a um ato criador direto, cuja ocasião não se pode determinar com precisão, conforme a Bíblia diz em Gênesis 2:7 “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. Claramente se pode observar no texto, que o homem não era alma vivente, mas, passou a ser a partir do momento em que Deus lhe soprou o fôlego de vida, ou seja, lhe deu um espírito. A alma é supostamente uma criatura pura, mas, unida a um corpo pecaminoso. Isso, porém, não significa necessariamente dizer que a alma foi criada primeira, separadamente do corpo, corrompendo-se depois pelo contato com o corpo, o que daria a entender que o pecado é algo físico. Isso pode simplesmente significar que a alma, é chamada à existência por um ato criador de Deus. É, contudo, pré-formada na vida física do feto, isto é, na vida dos pais e, assim, adquire a sua vida não acima e fora daquela complexidade de pecado que pesa sobre toda a humanidade, mas debaixo dessa complexidade há argumentos bíblicos que sustentam o criacionismo.
O relato original da criação indica marcante distinção entre a criação do corpo e da alma. O corpo é tomado da terra, ao passo que a alma vem diretamente de Deus. Esta distinção se mantém através de toda a Bíblia, onde o corpo e a alma não somente são apresentados como substâncias diferentes, mas também como tendo origens diferentes.
Em Eclesiastes 12:7 diz: “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”.
Em Isaías 42:5 diz: “Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela”.
Em Zacarias 12:1 diz: “Sentença pronunciado pelo Senhor contra Israel. Fala ó Senhor, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele”.
Em Hebreus 12.9 diz: “Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?”.
Diante destes pontos a Bíblia não deixa dúvida quanto, ou quem deu a origem da alma.

TRADUCIONISMO: Tertuliano foi o primeiro a expor a teoria do traducionismo e esta teoria sob a influência dele, continuou a obter apoio nas igrejas norte - africana e ocidental. Parecia adequar-se melhor à doutrina da transmissão do pecado que era comum naqueles círculos. Porém enquanto esta teoria no Ocidente era bem recebida, no Oriente não teve a mesma aceitação. Visto que alguns estudiosos no assunto mostravam-se um tanto indecisos, embora considerasse o criacionismo a mais provável das duas teorias, mas com o decorrer do tempo, tornou-se consenso de opinião entre os teólogos que acabaram por aceitar, ainda que em parte, a idéia de que as almas individuais são criadas.
Tomaz de Aquino disse que é heresia dizer que a alma intelectual é transmitida por meio de geração, assim ficou sendo o conceito dominante na Igreja Católica Romana da época.  Já Lutero expressou-se em favor do traducionismo, e este tornou-se a opinião dominante na Igreja Luterana. Calvino, por sua vez, contrariando a teoria de Lutero apoiou decididamente o criacionismo dizendo ele em seu comentário de Gn 3.16: “Tampouco é necessário lançar mão da antiga ficção de certos escritores, de que as almas são derivadas por descendência dos nossos primeiros pais”. Assim tem sido sempre esta opinião comum nos círculos reformados calvinistas. Mas isto não significa que não há exceções à regra. Jonathan Edwards e Hopkins, na teologia da nova Inglaterra, favoreciam o traducionismo. Júlio Mueller, em sua obra sobre a doutrina cristã do pecado exibe um argumento em favor da preexistência da alma, ligado ao da queda pré-temporal, a fim de explicar a origem do pecado.
A Bíblia relata no livro de Gênesis 1:28 “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra”.
Um pouco mais adiante, diz a Palavra de Deus em Gênesis 2:7 “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”.
Nestes relatos podemos perceber com clareza que Deus uma única vez soprou o fôlego de vida no homem e lhe ordenou que este reproduzisse a espécie. Assim, eu entendo que não resta dúvida quanto ao primeiro ponto, isto é: o Criacionismo. 

Conclusão
No decorrer do trabalho e estudo sobre este assunto de que o homem é a imagem e semelhança de Deus, pude observar e admitir que os argumentos de ambos os lados são muito equilibrados entre si, apresentando peso igual. Em vista deste fato, não é surpreendente que Agostinho tenha encontrado dificuldade em fazer uma escolha entre tais teorias. A Bíblia não faz nenhuma afirmação direta a respeito da origem da alma do homem, exceto no caso de Adão, como a Bíblia relata em Gênesis 2:7.
As poucas passagens da Escritura Sagrada aduzidas em favor de uma teoria ou da outra, dificilmente podem ser chamadas conclusivas num ou noutro caso. E, uma vez que não tenho um ensino claro e mais aprofundado da Escritura sobre o ponto em questão, é necessário falar com cautela sobre o assunto. Não pretendi dá ênfase no assunto acima daquilo que está escrito. Entretanto pude observar que vários teólogos são de opinião que há pelo menos um elemento de verdade nestas teorias, e que se deve reconhecer a idéia de que cada uma das três teorias discutidas representa um aspecto da verdade completa de Deus ou do homem como imagem e semelhança.
O Preexistencialismo representa a consciência própria, ou o interesse da personalidade como um pensamento divino, eterno e separado. O Criacionismo, por sua vez, representa a consciência de Deus. Enquanto que o Traducionismo representa a consciência genérica do homem.
 Referências
i     Introdução à Teologia Sistemática - Louis Berkhof – pág. 172 – 209.
      Bíblia de Estudo Almeida – edição Revista e Atualizada.
·      Todas as referências com os textos bíblico foram extraídos da Bíblia de estudo Almeida Revista e Atualizada.
·       Material de estudo dado em sala de aula no CETS.